lunes, 4 de abril de 2016

Escala na Madeira (II)

Continuamos a visita por Santa Luzia




O bairro de Santa Luzia formou-se ao unirem-se administrativamente as terras pertencentes à Sé Catedral e ao que se denominava “Monte”. Como a Catedral já contava com direitos administrativos suficientes sobre todo o Funchal, foi a capela de Santa Luzia, situada na eminencia da margem esquerda do rio do mesmo nome, a eleita para servir de sede da nova paróquia.










Ao passear pelo bairro percebemos rapidamente que a sua actividade é maioritariamente comercial, com vários pontos localizados de administração do Estado, como a Repartição de finanças e o Centro de Saúde.










Mas não só de trabalho vive o homem, e muito menos os agradáveis madeirenses, sempre tão alegres e amistosos, por isso tem, e desfrutam de grandes festas, como a de Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Cruz, ambas datadas desde a fundação da cidade, ou outras como por exemplo a do Santíssimo Sacramento, que marca o carácter religiosos da ilha. Sem esquecer claro está, a grande festa dedicada a Santa Luzia, em Dezembro, que reúne fiéis de toda a Madeira, devotos da santa das doenças oculares.




A Penha Alta, é sem dúvida o melhor lugar para observar não só o bairro, como também a totalidade da capital madeirense.






De entre os sítios que não devemos deixar de visitar, temos a Rua Silvestre Quintino de Freitas, onde dominam uma serie de bonitas casas, que combinam uma arquitectura e uma grandeza únicas. Por outro lado existem duas casas simples, de pessoas com escassos recursos, por isso a paróquia também se pode caracterizar pelas suas assimetrias. Existe também vários restos de antigas construções militares e religiosas, que foram restauradas, combinando os novos materiais com a rocha mais antiga e crua. Uma maravilha.


Santa luzia, onde o mais antigo se mistura com o mais novo e o moderno, onde a tradição não guerreia com as influências que chegaram pelo oceano.
E para acabar a visita, chegamos ao Bairro de São Pedro




Sem dúvida é a face oposta ao Bairro de Santa Luzia, mais popular, de homens do mar, gente simples.
No bairro de São Pedro, são marcas constantes as casas e as igrejas altas e grandiosas, imensas, com varandas senhoriais, onde se vê passar as gentes que fazem parte do povo mais simples. Galerias onde sentar-se a bordar, coser ou conversar, enquanto se via resvalar as gotas de chuva pelas vidraças das janelas.




Casas palácio, com enormes jardins que parecem agarradas ao empinado terreno, tentando não cair, mostrando resistência e força.




Como o Museu da Quinta das Cruzes, que no momento da nossa visita estava encerrado, pelo que somente pudemos ver o pátio vermelho. Conta a história que neste lugar, residiu João Gonçalves Zarco, Capitão e descobridor da Madeira e o primeiro alto dignatário do Funchal. Gente muito importante.




Descobrimos outros edifícios nesta zona nobre, muito me fez lembrar as minhas Ilhas Canárias, (é praticamente idêntica a La Palma) por exemplo o Convento de Santa Clara, uma verdadeira jóia não só pelos tesouros que alberga, como também por ser um edifício de finais do século XV, que chegou até hoje com a mesma missão que lhe foi concedida aquando da sua construção há 500 anos: um convento de monjas franciscanas.




Outros edifícios extraordinários aparecem à medida que vamos caminhando, bem conservados, com uma restauração impecável, e cuidada. Mas também encontrámos outros que preferiram ficar velhos, e morrer um pouco sem desaparecerem totalmente, deixando ver somente a casca, resistindo à morte. Recordações de um passado que foi glorioso, composto por praças, ruas empedradas, pátios, grandes Jacarandás e buganvílias multicolores. A alegria da vida frente à decadência e ao envelhecimento. Isso é São Pedro.








E com esta visita, chegou a hora de voltar ao porto, ao nosso barco, que nos leva de regresso a casa, com todas as recordações da viagem. Um cruzeiro onde Lisboa e a Madeira ganharam um lugar nos nossos corações.





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